Caminho por entre palavras
feitas de pormenores
pontas soltas de uma espécie
de narrativa desconjuntada
a derramar-se no ar frio
e húmido da noite.
A memória é um céu
a escurecer.
Isolada no nevoeiro das recordações
move-se
e retrocede
uma luz trémula e minúscula
concebida como semente
de esperança
bálsamo expectante
no meio da escuridão.
Releio o poema e sinto-lhe
a pele desabitada
como uma casa abandonada
no ocaso do tempo.
Não há espaços para o verbo. Os dedos
despenteiam sílabas arranhadas
pelo vento
relembram esquecimentos iludidos
de eternidade.
Como se a vida fosse
um fogo lento
por onde sobe docilmente
a harmonia das sombras.
BL
Palavras vivas, corporizadas a cada vez que as pensamos, usamos...
ResponderEliminarBelíssimo poema!
Beijinhos Marianos! :)
A vida pode ser um fósforo aceso
ResponderEliminarem vagarosos instantes
quase eternos
Siga a harmonia das sobras, talvez encontre a luz!
ResponderEliminarVim até cá, já com imensa saudade e gostei muito...bj
ResponderEliminarLindo poema, pra mim revela o quanto as sombras nos inspiram, como a memória funciona de esquecimento a releitura do que absorvemos no mundo, sem que a nossa intenção esteja sempre presente, mas que parece sim existir uma harmonia no mover e retroceder de sombra e luz. Abraço, Brígida.
ResponderEliminarNão há sombra sem luz, minha querida! Belíssimo poema que me deixou a reflectir, sobre esse fogo lento, em que a vida se consome...
ResponderEliminarBeijinho e boa semana!!!
Lindíssimo!
ResponderEliminarAdorei ler.
bjinhos
Às vezes deixamo-nos levar pela fragilidade para de seguida nos reerguermos mais fortes.
ResponderEliminarLindo poema!
Beijinhos Marianos! :)