domingo, 1 de setembro de 2013

Saudade




Caminho repartida
por entre longes e metamorfoses do tempo. Envelhecendo
pólen e certezas
ecos das brisas que me sobram
de uma janela que cresceu
voltada para sul.

Desenho nas paredes
os rostos e os fascínios
por onde passa o coração da casa

ou talvez apenas
os sinais prometidos
do gesto circular dos regressos.

No calendário das solidões
o voo migrante das primeiras folhas.

Sigilosamente interrogo o verde breve de setembro.

Raízes de ausências
lugares de ruas desabitadas

retornam vazias
as minhas mãos.

BL

6 comentários:

  1. Saudade, esse demónio que se entranha e que nem a presença do que se espera consegue dominar.
    Um verdadeiro estado de alma.

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  2. Saudade do futuro
    o passado fica nas margens
    porque o rio não pára

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  3. Nostálgico e encantador poema...:)

    Beijinho e bom fim de semana!

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  4. Nostálgico e encantador poema...:)

    Beijinho e bom fim de semana!

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  5. Uma ária breve de outono em tons dóceis de melancolia.

    Um beijo

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  6. Raízes de ausência
    sinais prometidos
    do gesto circular dos regressos.

    Belo

    Bjo.

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