Eras o tempo em que guardei todas as chaves
dos segredos que nos sabiam dentro,
como quem entrega o chão e confia o corpo
à linha azul que dos teus olhos partia
e me era leito,
e rio,
de abrigo, o porto.
Mas quando a cor avermelhou a madrugada
e o sopro dos teus lábios tocou os meus cabelos,
de abril seria a flor que então murchou.
Ao arrepio do tempo,
a dor,
o lamento,
a utopia,
a raiz sonhada.