domingo, 3 de março de 2013

Na pele da tarde


A rua é agora uma canção
incendiada de memórias
uma alma a sangrar desassossegos
uma voz a despir o cansaço
das esperas.


De pedra em pedra levam os braços
a chama
erguem a lua cheia
de pássaros a procurarem o sul.


É tão difícil voar de árvore
em árvore na transição
dos ciclos
sair de dentro do corpo
na urgência de ser gesto ou movimento
gota de chuva
terra lavrada
e nada mais colher
do que um silêncio
a desfazer-se nas mãos.


BL

4 comentários:

  1. Querida Brígida,

    Este silêncio colhido é muito precioso...

    E muito preciosa é a tua poesia,que nasce da

    alma... Renascendo na minha alma,ficará guardada

    dentro do silêncio contemplativo...

    Adoro sempre ler-te!!

    Beijo.

    ResponderEliminar
  2. A mudança dos ciclos...difícil! Quereria ser ave e voar longe, muito longe...para evitar o silêncio das coisas.

    Belíssimo!
    Beijo
    Graça

    ResponderEliminar
  3. Urgente ser de novo gesto
    Ser vida em folha pelo vento
    (no movimento)
    A mudança de um alvorecer.

    Belíssima, tua poesia
    Beijinho!

    ResponderEliminar