quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Por dentro



Esquecer ou não
a exaustão das partidas
os lamentos
os ciclos vacilantes
as entrelinhas
em tudo
e tanto.

Esquecer ou não
a tarde caída
a poente
as lágrimas negras
os cacos no chão
o gelo
por dentro das mãos.

Esquecer ou não
o silêncio diluído
o seu avesso suspenso
a linguagem do vento
por dentro
os lagos nos olhos
imensos
a cor molhada do tempo
a vastidão das esperas.

BL

5 comentários:

  1. ...ou, o esquecimento não se decreta!
    Um belo texto.

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  2. Impossível esquecer o que nos fica tatuado na alma. Podemos, talvez, guardar tudo o que nos consome, numa gaveta secreta mas a verdade, é que nunca conseguimos deitar fora a chave dessa gaveta...

    Bj.
    Magnólia

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  3. Por dentro,temos um tempo só nosso,registrado em silêncio

    que flui a vida...

    Sentir o teu tempo poético é encantador.

    Ótimo final de semana!

    Beijo,Brígida.

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  4. Esquecer, como?
    São as esquinas das pedras, onde sangra corpo e alma, que nos levam a trilhos de pétalas e perfumes.
    Esquecer, porquê?
    A claridade do dia só se revela aos nossos olhos, porque houve uma noite que aconteceu.
    Tudo é, e por isso se completa...

    Não me canso de dizer-te o quanto a tua poesia fala comigo e, por isso, também por isso, o quanto me sinto grata!

    Um beijinho, Brígida

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  5. Porque o esquecimento é difícil de esquecer,
    Porque cada esquina relembra,
    Sempre é difícil esquecer…

    Gosto muito da tua poesia

    Beijo

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