sábado, 22 de setembro de 2012

E de novo


E de novo a arquitetura
inconcreta dos dias
sob o silêncio pálido e rasteiro
das folhas mortas.

A passagem do tempo
a pressentir turbulência
a desenhar espaços neutros
improvisos
águas vencidas de um rio
sem porto ou foz.

Dou por mim
invisível e diminuta
estátua de vidro partido
em sobressalto
atravessando palavras sem morada
aves mudas
aves mudas
na orla do beijo e da lágrima.

BL

7 comentários:

  1. Aves mudas, de lindas poesias! abraços

    ResponderEliminar
  2. E de novo murcham as flores
    Caiem as folhas
    Destroem-se os caminhos erguidos.

    De uma beleza extrema, sempre.


    Beijo

    ResponderEliminar
  3. Gosto deste "pálido" tão bem descrito também na foto.

    ResponderEliminar
  4. A beleza dos ciclos da vida nas páginas dos dias...

    E a beleza da tua poesia que nos toca profundamente,brotando

    emoções...

    Beijos,querida.

    ResponderEliminar
  5. A inquietude de um tempo em decadência.

    Um beijo

    ResponderEliminar
  6. Há tempos assim

    Nem todas as noites são claras

    ResponderEliminar
  7. Os espaços neutros das horas insistentemente decaídas
    As palavras vazadas em vidro moído
    E o mundo que se atravessa

    Como
    "arquitetura inconcreta dos dias
    sob o silêncio pálido e rasteiro das folhas mortas".



    Uma belíssima nostalgia, com momentos de excelência, como por exemplo o verso que cito

    Bjo.

    ResponderEliminar