quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A utopia dos incrédulos



Estamos sós
sobre as águas em alvoroço
ocultos no silêncio das esperas
pássaros sem nomes
abismos debruçados dos olhos
sem princípio ou fim.

Arrastamos manhãs
deslembramos rumos
atados a restos de galhos secos
como vagas sem céus iluminados
nem ventos a soprar de sul.

O tempo alonga-se
num mar empedrado
de esquecimentos
as palavras doridas
a soletrarem ninhos vazios
no lado de dentro
da utopia dos incrédulos.

BL

6 comentários:

  1. Brígida,estou garimpando belos poemas.Os poetas são mágicos,pois podem expressar tudo através de pequenas palavras, as quais eles juntam e nos dão de presente a poesia.Parabéns! Gostei muito do que li aqui.
    Um grande abraço!

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  2. Bonito como sempre, e cheio de intensidade

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  3. Há poemas que quase não se lêem
    São poemas que nos percorrem
    de forma fluída,
    na melódica fluidez dos versos,
    e se sentem....intensamente

    "Estamos sós
    sobre as águas em alvoroço
    ocultos no silêncio das esperas
    ...
    O tempo alonga-se
    num mar empedrado
    de esquecimentos"

    A utopia é um alvoroço
    A credulidade um elíptico fosso

    Gostei Muito

    Bjo.


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  4. Belo poema, carregado de nostalgia.

    "Estamos sós
    sobre as águas em alvoroço
    ...
    Arrastamos manhãs
    ...
    O tempo alonga-se
    num mar empedrado
    de esquecimentos"

    e tudo parece estar suspenso
    como num sonho irreal.

    Bj

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  5. Querida Brígida,

    Um profundo poema que nos contagia com uma inquietude silenciosa,

    um grito coletivo de impotência à uma realidade estagnada.

    Sempre ao contactar com a tua poesia,fico encantada...

    Beijo.

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  6. Belíssimo, Brígida. "Estamos sós
    sobre as águas em alvoroço
    ocultos no silêncio das esperas".

    Bjo amigo

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