sexta-feira, 14 de novembro de 2025

O toque turvo

 





E depois há o toque turvo
onde o ser se desfaz em perguntas.

Cada gesto é só um rasto
numa areia que o vento apaga.

O turvo é o lugar da dúvida
onde o claro nunca se fixa.

O tempo lembra-nos
que tudo é breve
até o próprio instante.

Somos ecos que procuram sentido
sombras que se tocam sem se prenderem.

Um sopro que insiste em existir
mesmo sabendo que se vai perder.

E depois há o toque turvo
como se o universo nos dissesse

não há resposta definitiva
há apenas o silêncio que nos envolve.




BL

14.11.25




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