sexta-feira, 18 de julho de 2025

Sabia-te vento

 







Senti a pele da água

tocar o fundo da lembrança

fria

e fiel

[ uma língua que não se aprende ] 



Sabia-te vento

nos braços da raiz

quando o chão ainda falava

em pulsações antigas.



Há olhos que colhem

o quase-nada

e fazem dele

eternidade.



No consolo da imagem

o corpo despe-se do peso da armadura.

Não em fuga

mas por desejo de leveza.



E se tudo for ilusão

então que essa me console



como o sopro do mundo

nas cinzas da terra.





BL

14.07.25







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