quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Moradas do vento

 




E a pele a respirar reflexos

desse lugar que ainda existe. Como um relâmpago.

Flor breve

onde sonhos se imolaram.


Refazemo-nos em moradas

migratórias do vento

ou num teto de sol.


Reinventamo-nos num voo

de ave embriagada


corporizamos no verbo

um sentir preservado em copas

de memórias.


Somos histórias

de incêndios e de mar.

Habitamos nomes e poemas.

Transportamos nas veias rostos

e olhares


e sem hesitação doamo-los

a um tempo em liberdade

resguardado


na luz coada que ainda

nos pertence.





BL

06.11.24