Não sei se é tão simples encontrar
na luz crepuscular das paredes
o percurso da rebentação
das mãos
ou o hálito que despe a solidão
de um corpo moldado
na anatomia do
esquecimento.
Existem lugares anoitecidos
debaixo das ruínas onde secaram
as raízes das veias.
Sei de uma aridez que
atravessou o tempo
e de uma árvore que continua
a crescer
como quem aprendeu a amar na insanidade
de um sonho que te recolhe
sobrevivente.
Não sei explicar se é o sorriso das máscaras
a conduzir à respiração do corpo.
BL
01.08.24
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