quarta-feira, 3 de julho de 2024

Cruzo-me com cidades a ficarem para trás

 






Sonhava-me vida

e semente

daquilo que queria ser para sempre

a germinar em mim.


Talvez tenha esquecido os verbos

a conjugarem visões do futuro

ou a tinta me tenha secado nos dedos.


Abro o dicionário das sombras esguias

a projetarem a estrada


sem pés que calquem o pó

ou pontes de fogo que irradiem

dos oceanos.


Cruzo-me com cidades a ficarem para trás

esqueço a rota das aves

que viajam com a geografia do vento.


De que cores pinto os dias

que pingam dos céus?


O tempo esqueceu as campainhas noturnas

onde se abriam paisagens

em que a vida me bastava:

esta que me atravessa

e me é distância.





BL

03.07.24








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