Sonhava-me vida
e semente
daquilo que queria ser para sempre
a germinar em mim.
Talvez tenha esquecido os verbos
a conjugarem visões do futuro
ou a tinta me tenha secado nos dedos.
Abro o dicionário das sombras esguias
a projetarem a estrada
sem pés que calquem o pó
ou pontes de fogo que irradiem
dos oceanos.
Cruzo-me com cidades a ficarem para trás
esqueço a rota das aves
que viajam com a geografia do vento.
De que cores pinto os dias
que pingam dos céus?
O tempo esqueceu as campainhas noturnas
onde se abriam paisagens
em que a vida me bastava:
esta que me atravessa
e me é distância.
BL
03.07.24
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