É lento, é lento
o rio onde me invento
entre o silêncio do verso
e os afagos
de vultos resguardados no tempo.
Escrevo livros fechados ao longo de margens
sem regresso
e enquanto procuro imagens de sóis
nas pedras em que tropeço
decifro a indiferença das águas
e habito barcos em mares que desenho
para lá do horizonte.
E neste rio de outono em que a folha cai
e em asas se sustém
e flutua
só o vento compreende os pássaros
que demandam o sul e transportam
a chama do instante
na sede do seu canto.
BL
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