terça-feira, 22 de dezembro de 2020
Ensina-me um mar...
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
Paradoxos
sábado, 28 de novembro de 2020
Já não existem janelas
A minha rua chove de solidão.
Os rostos partiram
lívidos
e levaram com eles os portões abertos e
os risos das crianças heróis
da fórmula um
em carrinhos de madeira construídos
nos quintais.
Nos muros da minha rua sobe o abandono e
entranham-se odores de podridão.
Já não existem janelas e
neste silêncio vazio de lágrimas
eu já não sei que horas são
e fujo
fujo
sem caminhar.
BL – 28.11.20
sábado, 21 de novembro de 2020
Ao fundo, uma parede em branco
sábado, 14 de novembro de 2020
Pássaro de todas as estações
Foto de J. Luz
O som do desterro cala-me
a voz
e o silêncio entranhado
nos versos
afia as arestas do pensamento
disperso entre veias de
ventos e de inglória bonança.
As palavras pararam porque
o tempo sucumbiu
no pretérito imperfeito das memórias
e nas praças ateiam-se incêndios
a clamarem a ilusória mutabilidade dos corpos.
Selaram as portas
e os rostos explodem desamores.
Longe
muito longe
transporta novembro o meu olhar de outrora
pássaro de todas as estações.
BL
domingo, 13 de setembro de 2020
Saudade
Caminho repartida
por entre longes e metamorfoses do tempo. Envelhecendo
pólen e certezas
ecos das brisas que me sobram
de uma janela que cresceu
voltada para sul.
Desenho nas paredes
os rostos e os fascínios
por onde passa o coração da casa
ou talvez apenas
os sinais prometidos
do gesto circular dos regressos.
No calendário das solidões
o voo migrante das primeiras folhas.
Sigilosamente interrogo o verde breve de setembro.
Raízes de ausências
lugares de ruas desabitadas
retornam vazias
as minhas mãos.
BL
sexta-feira, 28 de agosto de 2020
Na lucidez dos ciclos
Podemos romper paredes
trazer para dentro de casa
um rosto pele de musgo
sob a folhagem de um tempo ambíguo.
Esfregamos as pálpebras
a diluir nas nuvens
o que, na lucidez dos ciclos, poderia ter sido.
Não sei se nas paredes
se desdobram os ecos
ou ponteiros de relógios invisíveis.
As árvores dançam ao fundo da noite
e nem o doce brilho de dezembro
confunde a solidão que as habita.
BL
terça-feira, 11 de agosto de 2020
Na breve floração dos olhos
Caminho por ruas incertas
dúvidas esparsas
quando na voz dorida dos rios
vejo aproximar-se
a cadente aceitação dos naufrágios.
Fragmento o tempo entre palavras
inábeis
e com elas desenho a diáspora das lágrimas
que me cabem.
Teimosamente espero as primeiras espigas
que pelas íntimas estações hão de chegar
[ na breve floração dos olhos
ou no voo transitório de uma ilusão ]
e em troca me pedem
a indizível harmonia de um silêncio.
BL
quarta-feira, 29 de julho de 2020
De neve e silêncio
BL
29.07.20
sábado, 11 de julho de 2020
sexta-feira, 10 de julho de 2020
Os rostos da espera
terça-feira, 7 de julho de 2020
Dentro dos meus olhos, o teu reflexo
BL
domingo, 5 de julho de 2020
sexta-feira, 3 de julho de 2020
O teu mar
quinta-feira, 2 de julho de 2020
quarta-feira, 1 de julho de 2020
Teias de palavras sem-abrigo
sexta-feira, 26 de junho de 2020
Meu amor
Apesar de tudo
meu amor
em nuvens de inocência
alva neve
leve.
BL - 26.06.20
De costas voltadas para a janela
25.06.20
quarta-feira, 17 de junho de 2020
Ilusória é a sílaba que flutua
escura.
do (en)canto.
sexta-feira, 12 de junho de 2020
A tarde deixa-se tingir de poesia
A rua respira um tempo comum e solitário
sábado, 6 de junho de 2020
Tempo solar
quando as