sábado, 28 de novembro de 2020

Já não existem janelas

 


A minha rua chove de solidão.

Os rostos partiram

lívidos

e levaram com eles os portões abertos e

os risos das crianças heróis

da fórmula um

em carrinhos de madeira construídos

nos quintais.

Nos muros da minha rua sobe o abandono e

entranham-se odores de podridão.

Já não existem janelas e

neste silêncio vazio de lágrimas

eu já não sei as horas

e fujo

fujo

sem caminhar.


BL – 28.11.20





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