domingo, 1 de março de 2015

No coração de um pássaro


A imobilidade de um vulto

por dentro da imagem.

Um horizonte

feito de nomes e nomes construídos

sobre a quieta aceitação do silêncio.



Um vulto resignado.



A fechar palavras

vagarosas na luz tardia

de um quase improvável

esquecimento.



A fixidez do olhar

a vislumbrar o tronco ressequido

da árvore abatida.

A diluir a dor

da metáfora proibida.



Um vulto resignado.



E tudo a mover-se

ao invés

no coração de um pássaro.



BL

2 comentários:

  1. Na metáfora proibida, a luz tardia e um vulto no coração de um pássaro... Tão belo, Brígida!
    Um beijo.

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