sábado, 1 de junho de 2013

Se eu chegar tarde à primavera



Se eu chegar tarde à primavera,
mostra-me onde fica a luz que resta
do inverno que dói
nas fendas da pele,


ou do vento
que geme ladainhas inexatas.


Se eu chegar tarde à primavera,
mostra-me onde fica
a chama da manhã no exílio dos pássaros,


ou então o silêncio profundo
da fusão das almas, na mortalidade
do tempo breve em que germina a sede
inútil e imprecisa, que antecede
o verão que há de chegar.


BL

2 comentários:

  1. Que a primavera nunca nos falte, Brígida, ela é a seiva da esperança.

    Beijo :)

    ResponderEliminar
  2. Poema denso...dito de uma forma tão subtil.
    Acreditemos que as estações se renovam e que a cada dia há um sol que se acende no horizonte...

    Deixo beijinhos!

    ResponderEliminar