domingo, 2 de junho de 2013

A linguagem do sol




Nunca soube onde guardar o silêncio
que surge numa tarde vagarosa
em que o sol tem tantas palavras para dizer.


Palavras que entreabrem a janela da tarde
e deixam que o tempo atravesse a rua de água doce
onde os rostos se debruçam
e as vozes pronunciam os nomes
em que as memórias persistem.


Pouco sei das palavras do sol. Pouco sei.

Entrego as minhas mãos ao silêncio da tarde
inclinada sobre a folha em branco.


Olho-me agora no verde das árvores
num esforço vertical
para me reconhecer.


Pouco sei das palavras do sol. Pouco sei.

BL

6 comentários:

  1. Ao sol há, acima de tudo, que senti-lo. É a partir daí que tudo surge.
    (Brígida, nunca mais passou pelo Interioridades. Estará zangada comigo?)

    Beijo :)

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  2. ...
    mas as palavras saem iluminadas...

    Beijinho e dia feliz!

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  3. Aprender com o sol

    com as sombras
    que se movem

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  4. Admirável, Brígida.
    Muito lindo o seu poema.
    Encantador. Pra seduzir, as nossas almas.
    Abraços.

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  5. Nada sei do mundo
    nem o verso que o escreve

    Bjo.

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  6. Porque é cinza a cor das palavras que tenho escutado
    Porque é negro a cor que em se esbate…

    Desvio os ramos secos, na tentativa o Sol tocar-me.

    Gostei imenso do teu poema, O Sol sempre chega há lugares que demora mais.
    Mas chega…

    Beijinhos

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