sexta-feira, 3 de maio de 2024

Labirintos da memória


 



Às vezes oiço vozes
onde iludo um aconchego
uma palavra que me é impulso.

Nas paredes explodem rostos
a atravessarem os lugares de ti
[ e de mim ]

ao longe.

Ressoa-me a limpidez da
tua voz

no azul transparente dos
teus olhos.

Sussurravas-me na pele o
futuro dos verbos.

Esculpíamos na espuma das
ondas
os frutos de um verão que ecoa

no tempo
na vertigem implacável dos relógios
onde os corpos se desfizeram
em sombras.

Ainda me sento na espuma
das ondas

e viajo pelas imagens que percorrem
os labirintos da memória.

E escrevo as noites antigas
em que já não existo.

Em que tudo morreu
dentro dos seus nomes.






BL
03.05.24





















Sem comentários:

Enviar um comentário