quarta-feira, 29 de maio de 2024

"África minha"

 










Meu chão é terra vermelha,

eu sou ébano e bonita.

Dançam sombras, ao sol ardente,

abraços da terra quente,

minha savana infinita.



Se, ao invés da cor,

prevalecesse o amor,

Pai nosso

que estais nos céus,

se, ao menos, eu pudesse

ajudar todos os meus.



Meu cabelo é negro e livre,

cresce, bravio, como o vento.

Coberto de flores, cores, ornamentos,

refletindo a luz dourada

e

em traços finos,

um perfil de vida ritmada

ou o silêncio do tempo.



Pai nosso,

que estais nos céus,

Tu e eu somos iguais.

No chão vermelho, o sangue,

da caminhada exangue,

desde o passado ao presente,

se não nos aceitam os demais.



Meus olhos fechados fitam a lonjura,

atravessam a cintilante vastidão.

Tão largos nesta planura,

pinto sonhos,

histórias brilhantes,

na tela do meu coração.







BL

28.05.24
















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