Meu chão é terra vermelha,
eu sou ébano e bonita.
Dançam sombras, ao sol ardente,
abraços da terra quente,
minha savana infinita.
Se, ao invés da cor,
prevalecesse o amor,
Pai nosso
que estais nos céus,
se, ao menos, eu pudesse
ajudar todos os meus.
Meu cabelo é negro e livre,
cresce, bravio, como o vento.
Coberto de flores, cores, ornamentos,
refletindo a luz dourada
e
em traços finos,
um perfil de vida ritmada
ou o silêncio do tempo.
Pai nosso,
que estais nos céus,
Tu e eu somos iguais.
No chão vermelho, o sangue,
da caminhada exangue,
desde o passado ao presente,
se não nos aceitam os demais.
Meus olhos fechados fitam a lonjura,
atravessam a cintilante vastidão.
Tão largos nesta planura,
pinto sonhos,
histórias brilhantes,
na tela do meu coração.
BL
28.05.24
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