sexta-feira, 22 de março de 2024

Escombros


 






Desligas-te de folhas antigas

e seca um veio de sangue

dentro de ti.



Tudo se cobriu de pó e

de ninhos de aranhas



fecha-se o ciclo

de uma teia

de sorrisos.



Olhas os destroços

são agora escombros da memória



rascunhos de pegadas

desenhadas no chão.



Ali está o tempo.



Caminhos de vida e

de morte.

Rostos

vozes

gritos de raiva



movimentações do amor.



Na busca de um ego

a condenação

a sujeição à surdina

ao papelito dos sonhos

mudo

no fundo do mundo.



A Floresta Encantada

os duendes

a noite

a madrugada.



Tudo é pó

agora



e aquela aranha a esfregar as mãos

a rir-se de ti.





BL

22.03.24











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