quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Poalhas difusas

 




As sombras do teto a passarem

num dia de madeira.


Sinto-as

na frieza de uma língua impronunciável

aquelas poalhas

difusas e determinadas.


Riem

as cobardes

fazem a festa do fogo porque

todo o corpo me dói


e atiro um poema

contra a parede.


Fogem pirilampos

assustados

e eu penumbra confusa

e eu em queda

a tropeçar

na solidão.


Condenam-me

confinam-me

sabem que somente conseguem

enfrentar-me

quando me trancam

sem ar

para respirar.


Não sabem

as cobardes

que

das palavras

não me podem isolar.





BL

 27.08.22






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