terça-feira, 26 de abril de 2022

Nestas pedras pode estar um poema

 



Daquela janela,

que raramente eu escolhia,

eu via e ouvia

a cascata de pedras,

por onde se estendia

a luz colorida das margaridas-do-cabo.


E, naquele instante,

não mais eu queria

além de um tempo parado,

já agora, também, um espaço iluminado,


para que eu, já de mim sombria,

pudesse festejar a ausência de sombra

que, de noite e de dia,

teimosa me segue

para todo o lado.




BL

26.04.22








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