segunda-feira, 14 de março de 2022

O silêncio é vertigem



 Uivos de fogo derramam relâmpagos

sobre o rio amarrado às margens.

Os instantes de luz ferem os ponteiros da cidade

engolida no espanto da sombra.

Dói o rosto da noite

a estremecer desde o ventre da terra.

O silêncio é vertigem

onde a morte sem nome se acomoda.

Nas palavras confundem-se abrigos

e tumultos de viagens derradeiras.

A casa

o caos.

Mapas de limbos na permanência dos dias

ou voos extasiados no orvalho dos olhos.


BL

14.03.22








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