segunda-feira, 20 de abril de 2020

... e a voz acomoda-se




Tudo é passageiro
sei que já devia ter olhado o relógio.
Tento enganar o tempo e invento palavras
letra por letra
num diálogo a transitar entre
o sangue e o nevoeiro.
Há os dias que rasgam a memória
e as mãos procuram significados.
Mas os pontos de partida não têm
princípio nem fim
levam a lado nenhum.
Queria arrumar a mágoa num abraço
finjo que está tudo bem
não tenho para onde ir.


BL

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