sábado, 2 de junho de 2018

... e as árvores amanhecem

Carregamos nos ombros nomes e lugares
que entregámos ao silêncio. Neles
deixámos as verdades de olhares que se cruzavam
e memórias da cintilação de um estio.

Porque hoje já não existe claridade que se anuncie
dentro da sombra que a alma respira.
Para sacudir a noite
e deixar fluir a voz quebrada.

Olho as árvores a amanhecerem
e repouso os olhos cansados.

Porque hoje já não existe um tempo que atravesse
o equilíbrio da luz
e sorva a agitação do vento
a habitar-nos as mãos.

B.
01.06.18

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