domingo, 27 de maio de 2018

Entre o sol da meia tarde

Mil vezes regressaste
pegando numa emoção
a decifrares-te como um fruto maduro.

Por dentro das palavras adiadas
um espaço vazio

ocupado agora pela tua presença.
Do fundo do tempo

[ do fundo de ti mesmo ]

trazes a música das lembranças
talvez uma canção de embalar
a passar entre o sol da meia tarde.

Linha tardia a unir o passado e o presente.
As mil vezes de cada palavra
carne viva de pontes que permanecem a olhar as águas correntes.

A vontade de ser sonho.
A urgência de ser gesto. De ser vida neste azul que me aquieta

ora árvore
ora pétala.

BL
27.05.18

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