segunda-feira, 4 de abril de 2016

Dissonância

Abrir a janela
e atravessar a solidão da manhã
a linha liquefeita
dos verdes da folhagem.

Mover o coração
com a brisa que conduz
o fio invisível das coisas.

Entre as formas recolhidas
a rocha imprecisa
onde a luz e a realidade se misturam.

Repousam nomes no silêncio
tempo convertido em imagens
perdidas.

Há um céu possível
sonhos a rodarem
sobre eixos dissonantes.

E há a rua

translúcida

a progredir
sob os meus passos de chuva.

E eu
imersa no interior do silêncio

água parada
a deixar-me para trás.

BL
03.04.16

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