Abrir a janela
e atravessar a solidão da manhã
a linha liquefeita
dos verdes da folhagem.
Mover o coração
com a brisa que conduz
o fio invisível das coisas.
Entre as formas recolhidas
a rocha imprecisa
onde a luz e a realidade se misturam.
Repousam nomes no silêncio
tempo convertido em imagens
perdidas.
Há um céu possível
sonhos a rodarem
sobre eixos dissonantes.
E há a rua
translúcida
a progredir
sob os meus passos de chuva.
E eu
imersa no interior do silêncio
água parada
a deixar-me para trás.
BL
03.04.16
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