sábado, 31 de janeiro de 2015

Ao fundo, uma parede em branco


Penteavas-me a trança

e metade de mim a ser

a parede em branco

ao fundo dos meus passos vagarosos.



Caminhava para trás

os braços despidos de folhas



estendidos para dentro

dos teus olhos a dizerem vai



que é frágil

e débil

a luz que sobra.



E eu a atravessar a rua antiga

e eu a ser

correndo

a outra metade de mim.



BL

31.01.15

3 comentários:

  1. Jogos de luz e sombra. Umas vezes ganha-se, outras perde-se.
    Belíssimo poema!

    Beijinhos. :)

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  2. Excelente! Um poema inteiro de quem tem na lembrança um caminho sulcado de inocência e do pressentimento das sombras...
    Um beijo.

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  3. Assim, nessa completude de luzes e sombras (re) nasce o verdadeiro ser...
    Excelente poema, que muito me sensibilizou...

    Beijinho e boa semana

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