quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Poema em branco


Espero-te no limite

da brevidade. Porque “em breve”

é um espaço vasto

vago

e os olhos

resvalam para o tempo húmido

que se projeta da raiz das nuvens.



Breve foi a vertigem que atravessou

o mistério da luz.

Saboreei a profundidade do vento

a cadência da manhã por dentro das árvores



[ os frutos ainda por amadurar ]



Tombaram as folhas

arrastadas pelas águas que correram

ao invés. Esboços de todas as ilusões.



Traços rasurados na penumbra

da pedra. A deslizar rente à parede

em branco

à procura de uma porta

que a viesse buscar.



BL

07.10.14

2 comentários:

  1. Breve é a vertigem da imaginação para ver a porta na tua parede em branco...
    Um belíssimo poema, Brígida.
    Um beijo.

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