sábado, 5 de abril de 2014

Como se nada mais se concedesse

Foto de Martin Marcisovsky

Sentar-se na extremidade do sofá,

olhando os olhares, como se

a nada pertencesse,

como se nada mais se concedesse

que o girar dos gestos,

sons caídos dos dias sós.



Ficar calada como a noite,

inventar barcos nas pontas dos dedos,

por detrás do imaginário das esperas.



Depois, sair do corpo,

transformar a noite em tempo,

ter trajetórias e cais,

rente às palavras eternas,

às árvores,

ao vento.



Brígida Luz

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