quarta-feira, 3 de abril de 2013

Sopro



Há um cansaço líquido a pesar
nos ramos das árvores. De dentro dos muros
uma voz de ave acena segredos
guardados nas pontas dos dedos.


Não sei se foi um sopro
pressentido por mero acaso
ou erro humano.


Talvez um vazio profundo
a passear rumores noturnos
ou apenas a vontade de estender
as mãos para além do corpo.


Ou um silêncio sem rosto
paradoxo de sílabas baloiçando memórias
a escrever o presente
num calendário qualquer.


BL

8 comentários:


  1. "Talvez um vazio profundo"

    talvez...

    até porque há sempre, no fundo mais fundo de nós, uma outra luz que germina, para nascer num qualquer tempo, quando se espera uma nova ordem.

    Um beijinho, Brígida

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  2. O sopro do instante,carregado da impermanência que pesa o silêncio,mas que transcende

    na suavidade dos dedos que guarda a poética da vida...

    Querida Brígida,sinto uma identificação com o teu sentir poético,que toco a emoção

    transmitida pelas tuas belas palavras.

    Beijinho.

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  3. Talvez um pouco de tudo.
    É disto feita a vida.
    Abraço

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  4. os rumores nocturnos que escrevem o dia

    são sopros
    são versos

    "Ou um silêncio sem rosto
    paradoxo de sílabas baloiçando memórias
    a escrever o presente
    num calendário qualquer."

    Sempre bom ler-te

    Bjo.

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  5. "ou apenas a vontade de estender
    as mãos para além do corpo.

    Ou um silêncio sem rosto(...)
    baloiçando memórias
    a escrever o presente
    num calendário qualquer."


    SOBERBO

    beijinho amigo


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  6. Talvez a vontade de ser sonho
    Esquecer as pesadas penas,
    As mãos salgadas,
    Ser sopro, Ser sonho.
    No agora.

    Tua poesia, tem dom de tocar, sem dúvida.
    Gosto muito,de te ler!
    Beijinho

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