sexta-feira, 12 de abril de 2013

Na obliquidade da noite



O silêncio poisa
confuso
no sobressalto
das aves. Ouço-lhe os gemidos
escuros e frios
entranhados na chuva
e no vento.


Demora-se
na obliquidade da noite
como se tivesse medo
de se render
por detrás da incerteza das palavras.


Desafia os espaços vazios
que os meus olhos projetam
nas paredes da sala


ou as sombras
que o meu corpo vai deixando
na melancolia do tempo.


Dentro de mim
o silêncio. Não sei se na íntima palidez do horizonte
ou no choro dormente
de um significado primordial
a deslizar-me por entre os dedos.


BL

5 comentários:

  1. Olá !
    Se dentro de ti há silêncio...ele torna-se muito criativo...apesar dos espaços vazios, das sombras da noite...
    O poema é maravilhoso,pleno de sentimento. Abraços.

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  2. silêncio murmurando verso
    como oblíqua palavra

    Sempre bom te ler

    Bjo.

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  3. ... entretanto em Abril

    nascem flores
    mais vermelhas
    que os teus lábios

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  4. Na noite a lembrança, tão palpável
    Que quase se sente o toque.
    O silêncio da dor, que fala.

    Gosto muito de te ler, sempre!
    Beijinhos!

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