sábado, 11 de junho de 2022

Poema interrompido




Subíamos a avenida

imensidão de luz coada

pelos fascínios que o outono trazia.

E dentro das mãos

levávamos melodias.


Em redor

o silêncio

a ilusão da paisagem deserta.


Atravessámos a invernia

a chuva abundante

horas somadas de relâmpagos


e a linguagem dos teus olhos

que

por dentro

eu vivia.


Mas abril descia

a luz imensa descia

e desciam as melodias

águas mil

instantes de ventos


e ecos a sobrarem da vida que caía

dos aromas da inocência.


O tempo a ir

dias atrás de outros dias


e tu a ficares memória

poema interrompido


instantes de ventos

águas mil


a regressarem ao coração do silêncio.




BL

10.06.22










 

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