Desdobro as palavras
como se nelas pudesse encontrar ainda
uma sílaba onde me abrigar. Mas as letras secaram
tal como o céu e as manhãs.
Há um rio de sombras
essas persistem em ficar coladas
aos dias
e eu sou apenas uma gotícula de água
a atravessar nuvens de tempo
e a pedir ao silêncio que se deixe dormir
para que eu me possa acordar
abrir todas as portas
construir um chão de abraços
e semear um sorriso que
se bem procurado
decerto será encontrado
lá por detrás dos meus olhos
ainda que atordoado
partido em pedacinhos
magoado.
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