terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Singularidades


Há sempre a reinvenção do silêncio
o código-morse do olhar.

É quando a noite vem descendo
e tu estás por dentro da luz
como se do retorno do tempo se tratasse.

Uma a uma
colhemos as cores mágicas da palavra
e apercebemo-nos de como
deslizam na memória
os mistérios das águas sonhadas.

Tocamos a pele macia dos regressos
a serenar indecisões
a proteger o prodígio da mariposa.

Que podemos nós

se temos nas mãos o vento a desfazer-se
ao longe
na sintonia das árvores

se temos no mar
o desabrochar da cor
a gritar um céu p’ra nós?

Que podemos nós?

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