domingo, 28 de julho de 2019

O que sobrou do mar




Fiquei aqui mesmo vagueando entre

as memórias aglutinadas em redor do teu rosto

que esqueceste de levar

e deixaste suspenso em cada farrapo de tempo

quando partiste com hora marcada

sim

mas sem avisar.



E agora balanço

sou órfã de mim

e sem mim renasço

quando passo o meu corpo nas águas límpidas

em que abraço o outro lado do dia.



Coleciono as chuvas que sedes insanas

trazem ao olhar

revisito lugares e perco-me

quando busco a luz nas marés

e o uivo da falésia arrasta consigo

tudo o que sobrou do mar.



BL


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