Diz
corpo
onde começa o incêndio.
Diz
boca
o nome que queimaste.
Diz
pele
onde mora a ausência.
Arde.
Arde o que se cala.
Arde o que se lembra.
Repete
terra
a dor dos passos.
Repete
vento
o sopro que fugiu.
Repete
tempo
aquilo que não cede.
Arde.
Arde a voz.
Arde o toque.
Arde o altar do silêncio.
Clama
peito
por um céu que não responde.
Clama
gesto
por um fim que se recuse.
E o que sobra
reza.
BL
27.06.25