Nem sempre invento portas de luz macia e retilínea
o pensamento para
e vacila
recolhido na aridez de rios sem leito
estou eu só
e as chuvas de Verão e os olhos
que me ardem de tanto me querer procurar
olho para trás e pergunto
entretanto
onde estão o sol e os ventos mansos
em que o poema floresceu lençóis de trigais
em madrugadas de linhos brancos
mas o verso afasta-se na fluidez do nada
e só me responde silêncio
no gemido da próxima esquina vazia.
BL
29.11.10
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