Senti a pele da água
tocar o fundo da lembrança
fria
e fiel
[ uma língua que não se aprende ]
Sabia-te vento
nos braços da raiz
quando o chão ainda falava
em pulsações antigas.
Há olhos que colhem
o quase-nada
e fazem dele
eternidade.
No consolo da imagem
o corpo despe-se do peso da armadura.
Não em fuga
mas por desejo de leveza.
E se tudo for ilusão
então que essa me console
como o sopro do mundo
nas cinzas da terra.
BL
14.07.25