Podemos romper paredes
trazer para dentro de casa
um rosto pele de musgo
sob a folhagem de um tempo ambíguo.
Esfregamos as pálpebras
a diluir nas nuvens
o que, na lucidez dos ciclos, poderia ter sido.
Não sei se nas paredes
se desdobram os ecos
ou ponteiros de relógios invisíveis.
As árvores dançam ao fundo da noite
e nem o doce brilho de dezembro
confunde a solidão que as habita.
BL