sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Na lucidez dos ciclos





Podemos romper paredes
trazer para dentro de casa
um rosto pele de musgo
sob a folhagem de um tempo ambíguo.

Esfregamos as pálpebras
a diluir nas nuvens
o que, na lucidez dos ciclos, poderia ter sido.

Não sei se nas paredes
se desdobram os ecos
ou ponteiros de relógios invisíveis.

As árvores dançam ao fundo da noite
e nem o doce brilho de dezembro
confunde a solidão que as habita.

BL

3 comentários:

  1. Na verdade em sítios de difícil acesso

    nunca isolados

    ResponderEliminar
  2. Brígida, obrigado pelas palavras que esculpe, libertando voos que dão mais sentido às coisas.

    Desejo-lhe um Natal Renovado!

    Beijo :)

    ResponderEliminar
  3. Mas como contornar o rebordo do verso?

    "Podemos romper paredes
    trazer para dentro de casa
    um rosto pele de musgo
    sob a folhagem de um tempo ambíguo."

    (excelente este trecho)

    Um prazer te ler sempre

    Bjo.

    ResponderEliminar