domingo, 13 de setembro de 2020

Saudade


 

Caminho repartida

por entre longes e metamorfoses do tempo. Envelhecendo

pólen e certezas

ecos das brisas que me sobram

de uma janela que cresceu

voltada para sul.


Desenho nas paredes

os rostos e os fascínios

por onde passa o coração da casa


ou talvez apenas

os sinais prometidos

do gesto circular dos regressos.


No calendário das solidões

o voo migrante das primeiras folhas.


Sigilosamente interrogo o verde breve de setembro.


Raízes de ausências

lugares de ruas desabitadas


retornam vazias

as minhas mãos.



BL