Se um dia me vires caída
sob a minha sombra
pergunta à vida
onde escondeu as pedras polidas
que não me deu. Nelas me deitei
regato e em manhãs
de pássaros voei um tempo
que nunca foi meu.
Rasguei no vento passos doridos
e às vezes dói-me
o frio dos rios
em poeiras da alma que o silêncio soprou.
Se um dia me vires caída
sob a minha sombra
acende luas no meu olhar
e nos teus olhos de água
ensina-me a vastidão de um mar
em que das pedras me perca
sem que me perca de mim.
BL
23.01.11
Belíssimo poema!
ResponderEliminarDeixe que destaque:
"... Nelas me deitei
regato e em manhãs
de pássaros voei um tempo
que nunca foi meu."
Lídia