Este seria ser o tempo
de semear poemas sem as sobras gastas
de letras
arrancadas a teclas cobertas p’la cinza
de uma beata esgotada.
Sem os muros da memória fria
aconteceria poesia
em janelas abertas
sobre manhãs de orquídeas e dos sonhos
dos que não dormem.
Sob o olhar das estações
quase completas
e do tempo generoso dos frutos maduros
a luz ganharia corpo sob a minha pele
envolta na segura transparência
das palavras
e o meu grito seria a chave
de um sol maior
em gestos que inundariam a paisagem
de luas cheias de esperança
e de verdade
sem hora programada.
BL
08.08.10
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