Nas minhas mãos
poisam pássaros impossíveis
nos meus dedos a voz de afetos
esmagados por ecos atolados em lodo
[sou um tempo a dormir num leito de cardos]
Nos meus ombros
o peso de passos nus por caminhos invisíveis
onde enterraste os escombros
da pele que me segurava a casa.
Cada dia é um rio interminável
[entalado entre os cansaços das marés]
que morre no silêncio amargo de uns olhos
que já foram o mar.
BL
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