A vida cortada ao meio
o negro e o vermelho
e tu
sonho de permeio.
Ilha de fogo
instante de ventos, folhas, águas
de claridade.
O tempo que foi
e tu a ficares
memória de todas as cores.
A vida cortada ao meio
e tu
crença do que resta dos aromas
da inocência.
Os olhos da verdade
à distancia do adeus na frieza
crua dos vocábulos.
Sobram os ecos
do não inteligível
o poema que regressa ao coração da noite.
Sobra a matemática das horas
no ritmo prosaico dos dias.
BL
01.12.21