quarta-feira, 21 de julho de 2021

Trilhos

 




Adivinho novas esperas

na viagem desabitada

dos olhos


a luz a definhar

nas veias


o silêncio a correr

por dentro da indefinição

das ruas.


Levo raízes

e ramos


não sei

onde abrir as mãos.


Pesa a palavra

entre os dedos


no sono visionário

das horas.


Poderia seguir

fios de seda


não sentir o peso

do sal


se me fosse possível

esquecer

a imagem de ontem


que de dentro me olha

e me sabe de cor


e na eternidade de um rio

sonha sonhos antigos


a germinarem o tempo


devagar


d.e.v.a.g.a.r.


BL



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