Nessa altura havia um caminho de luz
éramos felizes, Mãe,
e tu eras a claridade
que trazia a sabedoria das árvores na tua voz cansada
quando a manhã morria
dentro da minha alma parada
que doía
ao cair do dia.
Eu inventava pássaros
quando o mar ardia
tu recontavas-me as estrelas
onde eu prendia a minha fantasia
e o sorriso dentro dos teus olhos
continuava a escrever um poema
com as sílabas que sobejavam da minha vida de nada.
Para lá da vidraça
estão agora suspensos os últimos fios de luz da tarde
e eu aqui a afagar silêncios
que irão voar até ao infinito
sempre
sem parar
e levarão para ti
eternamente
as lágrimas da minha saudade.
BL
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