segunda-feira, 19 de julho de 2021

Compassos de água

 



Guardo nos olhos um lugar de silêncio

um fio de palavras em lágrimas soltas

compassos de água

melodias de outono a caírem do céu.


Dos nomes

seguro a luz dispersa. Os retratos passam devagar

a ensinar a vida

como as árvores

ao longo das estações.


Detenho o corpo no anoitecer do tempo

ajustando a voz

ao lento movimento do momento certo

do urgente prenúncio dos pássaros

ou da metamorfose do vento.



BL







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